Especialista propõe criação de redes alternativas para enfrentar desinformação na internet
O sociólogo e professor Sérgio Amadeu, especialista em comunicação digital, propõe uma estratégia inovadora para enfrentar a desinformação no Brasil: a criação de plataformas alternativas às gigantes das redes sociais. Ele defende que o governo e a sociedade invistam em iniciativas tecnológicas e culturais que fujam da lógica de espetacularização e monetização, características de plataformas como Facebook, Instagram, YouTube e WhatsApp.
“Precisamos sair da lógica das grandes redes, que priorizam o espetáculo e a coleta de dados. O governo poderia investir em criar alternativas próprias, algo que engajasse a sociedade de maneira mais democrática e equitativa”, afirmou Amadeu.
Apesar dos esforços de canais independentes, como Brasil 247 e Revista Fórum, o professor destacou que eles ainda operam dentro de estruturas controladas por grandes corporações globais, como a Meta Platforms, de Mark Zuckerberg. Para ele, a solução passa por incentivar a criatividade e a inovação por meio de editais e investimentos públicos.
“O que nós precisávamos fazer é construir editais para alternativas às plataformas. Jogar no campo deles, mas com a mobilização da criatividade das pessoas. A ideia é não fortalecer o YouTube e o Instagram, mas criar alternativas ao YouTube e ao Instagram. O governo podia estar fazendo isso. Dinheiro vai ter, porque hoje já existe um mercado que vive em função da monetização que essas plataformas fazem”, explicou Amadeu.
A proposta do sociólogo busca promover maior democratização na comunicação e estimular o surgimento de novas ferramentas que atendam às necessidades da sociedade sem depender das grandes corporações.
A criação de plataformas próprias pode ser um caminho eficaz para reduzir os impactos da desinformação e garantir que a comunicação no Brasil seja mais equitativa e participativa.